Mostra videoarte (in)visibilidades na galeria Nuno Centeno

VIDEOARTE (IN)VISIBILIDADES / CURADORIA DE LUÍSA SEQUEIRA
GALERIA NUNO CENTENO/PORTO FEMME

VIDEOARTE (IN)VISIBILIDADES
CURADORIA DE LUÍSA SEQUEIRA
GALERIA NUNO CENTENO/PORTO FEMME – FESTIVAL INTERNACIONAL DE CINEMA

Nesta coleção de vídeos procuro traçar uma cartografia de gestos e imagens que desafiam o poder falocêntrico, onde cada obra opera num território de questionamento. Mas em conjunto e em tensão, ressignificam-se mutuamente, resultando em novas formas de presença, abrindo espaço para vários desdobramentos.

Em Borracha Escolar II, Joana Waldorf utiliza um gesto simples e apaga manualmente as informações originalmente impressas nas borrachas da marca CIS. Do gesto emerge apenas as palavras “cis branca”, subvertendo não só a função do objeto, mas a percepção sobre o mesmo.

No vídeo-poema Língua, Bárbara Fonte constrói um espaço onde o corpo se torna linguagem e a língua, um território de escuta e desejo. Uma voz em off sussurra: “Deita-te na minha língua” e, nesse convite, abre-se um lugar de criação que nos olha e nos instiga.

Clara de Cápua, por sua vez, trabalha sobre a ideia de identidade e memória em As mesmas, as outras. Através da colagem de fragmentos fotográficos de três gerações de mulheres – ela própria, a mãe e a avó – a artista desfaz e reconstrói rostos múltiplos, questionando a permanência e a fluidez da identidade.

Num gesto de ocupação do espaço público, Carla Cruz atravessa a praça do Marquês, no Porto, e introduz uma disrupção na rotina dos que ali se reúnem para jogar cartas. Sobe a uma mesa de pedra e performa, enquanto alguns olham e outros persistem na sua indiferença.

A pesquisa de Letícia Maia está ancorada na performatividade de género e nas suas estruturas sociais. Em artifício_instruções masculinas, parte da sua exposição Make Femine, a artista entrega-se a um exercício de mimetismo: obedece a comandos masculinos, reproduzindo gestos e comportamentos.

Em My Ray of Sunshine, Laís Andrade inscreve a ancestralidade na imagem em movimento. Uma mãe e uma filha comunicam em Lingala, língua do povo Bantu, transportando memórias e cicatrizes do processo colonial. Contudo, através do conceito de tempo espiralar da cosmologia Bantu, Laís constrói um gesto de reconexão, uma possibilidade de reescrita e transformação.

Aurora dos Campos conduz-nos por um dos seus espaços afetivos em Relíquia para Quem?. O olhar da artista guia-nos num plano sequência que se torna um fluxo de pensamento, onde a contemplação e a cumplicidade entre espectador e imagem se entrelaçam num mesmo respiro.

Por fim, Inocência, de Ana Efe, encerra o ciclo com um gesto etéreo e inquietante. A mão da artista emerge e desaparece, numa cadência entre sonho e realidade, desejo e extinção. A imagem e o som operam entre a materialidade e o efémero, deixando-nos suspensos nesse intervalo.

Luísa Sequeira

EXIBIÇÃO / EXHIBITION

“Borracha Escolar II” de/by Joana Waldorf | Brasil | 3′
“Língua” de/by Bárbara Fonte | Portugal | 5′
“as mesmas, as outras” de/by Clara de Cápua | Brasil | 7’32” “Fins” de/by Carla Cruz | Portugal | 4’13”
“artifício_instruções masculinas” de/by Letícia Maia | Brasil | 2 ́48” “My Ray of Sunshine” de/by Laís Andrade | Portugal | 7’32” “Relíquia para Quem?” de/by Aurora dos Campos | Brasil | 6′ “Inocência” de/by Ana Efe | Portugal | 2’26”

“Três Dias sem Deus” de Bárbara Virgínia no Batalha- centro de Cinema do Porto

Após quase 80 anos, Três Dias sem Deus, da realizadora Bárbara Virgínia voltou a ser exibido na cidade do Porto, desta vez no Cinema Batalha, no âmbito do programa Seleção Nacional/Subsolos. Infelizmente, apenas restam 26 minutos do filme e somente a banda de imagem sobreviveu, pois o som perdeu-se ao longo do tempo.

Foi uma experiência intensa apresentar o filme Três Dias sem Deus, de Bárbara Virgínia. Trata-se de um fragmento, mudo, silenciado, mas profundamente simbólico, pois reflete o silenciamento e o apagamento estrutural a que muitas mulheres artistas foram sujeitas. No entanto, a Cinemateca descobriu recentemente seis minutos adicionais de filmagem.

Nesta sessão, também tivemos a presença de Joana Ascensão, realizadora e programadora da Cinemateca Portuguesa, que apresentou o filme Visconde, da realizadora Noémia Delgado.

Programa desenvolvido com o apoio da Cinemateca Portuguesa — Museu do Cinema

“Três Dias sem Deus” de Bárbara Virgínia no Batalha- centro de Cinema do Porto inserido no programa Seleção Nacional

“O Que Podem as Palavras” e workshop “Cinema Imperfeito” na Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM)

Apresentação com Luísa Sequeira Cinemateca do MAM / Exibição no CCBB

“Novas Cartas Portuguesas” (1972), de Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa, tornou-se símbolo de resistência contra a censura e a opressão em Portugal. A apreensão do livro e o julgamento das autoras foi um marco na luta pelos direitos das mulheres. Internacionalizado, com apoio de figuras como Simone de Beauvoir, o caso tornou-se a Primeira Ação Feminista Internacional. O filme “O Que Podem as Palavras”, de Luísa Sequeira e Luísa Marinho com animações e ilustrações do artista Sama, oferece uma releitura contemporânea dessa história. A exibição é organizadapela Cinemateca do MAM Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e será realizada uma conversa sobre o impacto do filme e o papel das artes na resistência.

Workshop Cinema Imperfeito com Luísa Sequeira e Sama organizado pela Cinemateca do MAM

O projeto inclui ainda o workshop “Cinema Imperfeito”, orientado pelos artistas, Luísa Sequeira e Sama que utilizam o telemóvel como ferramenta de expressão artística na criação de cinema autoral. Inspirado no manifesto do cineasta cubano Julio García Espinosa, o workshop tem como objetivo estimular a criação artística através dos dispositivos móveis, desafiando os participantes a repensar o cinema convencional, promovendo uma abordagem mais disruptiva.

O projeto “O Que Podem as Palavras” na Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM) teve o apoio à internacionalização do programa Shuttle da Câmara Municipal do Porto da Fundação Calouste Gulbenkian.

Maria Teresa Horta (1937- 2025)

Poeta, escritora, activista e feminista, a última das “Três Marias” ❤️

Poética e política. Toda ela era poesia. Escrevia com o corpo

Maria Teresa Horta por Luísa Sequeira ( 2022)

INQUIETAÇÃO
Quero-me inquieta
de sol
a intransigência da vida
penetrou-me
bastarda de mim mesma
noites incompletas
onde me exijo urgência
In «Espelho Inicial», de 1960

“A Dança dos Paroxismos”

A Dança dos Paroxismos”, de Jorge Brum do Canto

Com o intuito de pensar, valorizar e divulgar o património fílmico nacional, o Batalha comissaria um ciclo anual inteiramente dedicado ao cinema português e à sua história. Em 2025, o Seleção Nacional recomeça com um primeiro capítulo – intitulado “Subsolos” -, que tem como foco o fantástico, o terror e o sobrenatural no cinema português.

A segunda edição do programa de cinema português do Batalha inicia-se a 8 de janeiro com um filme-concerto: “A Dança dos Paroxismos”,(1929) de Jorge Brum do Canto, com música ao vivo dos Ilusão Gótica (projeto paralelo dos Conferência Inferno). A sessão será apresentada pelo investigador José Bértolo. 

A obra, rodada em 1929, é inspirada numa lenda nórdica sobrenatural, na qual o cavaleiro Gonthramm apaixona-se por uma jovem deslumbrante. No entanto, o seu amor é destruído por Banschi, uma entidade maléfica. Uma raridade vanguardista do cinema mudo português, caracterizada pela experimentação fotográfica, que nunca teve estreia comercial.

“Subsolos”, conta com a curadoria de Carlos Natálio, Joana Gusmão e Luísa Sequeira, e tem como foco o fantástico, o terror e o sobrenatural no cinema português. 

Até março, serão exibidas obras de Noémia Delgado, Bárbara Virgínia, Luís Noronha da Costa, Manuel Guimarães, João Canijo, entre outros.

Programa desenvolvido com o apoio da Cinemateca Portuguesa — Museu do Cinema. 

Exposição Vermelho Vivo, Amor e Revolução

Muito feliz por participar na Exposição “Vermelho Vivo, Amor e Revolução“ no Museu da Imagem e do Som no Ceará inserido no Fotofestival Solar com curadoria de Ângela Berlinde, expografia e assistência de curadoria de Marinah Raposo.

VERMELHO VIVO marca os 50 anos da Revolução
Portuguesa de 25 de Abril – A Revolução dos Cravos – conectando esse marco histórico à luta pela libertação das ex-colônias e à resistência contra os 60 anos do golpe militar no Brasil. Esta exposição é uma instalação inédita que integra várias linguagens no MIS, surgindo como um grito visceral que atravessa fronteiras e épocas, desafiando-nos a encarar a urgência de defender a liberdade e a democracia, ameaçadas a cada passo da história. VERMELHO VIVO nos convida a vivenciar imagens, poemas, livros e canções como forma de refletir sobre as ideias de LIBERDADE E REVOLUÇÃO, em um momento de urgência e futuro. Artistas e pensadores da geografia luso-afro-brasileira respondem a um mundo em constante transformação, ressignificando os significados de liberdade, evocando seu valor político e apontando novos caminhos para o futuro.
Esta também é uma revolução: uma instalação total que pulsa como um grande órgão, um coração que vibra sem limites e em plena liberdade.

“All Women are Maria”( 2024) de Luísa Sequeira

“All Women are Maria”( 2024)de Luísa Sequeira na exposição Vermelho Vivo no Museu da Imagem e do Som de Ceará inserido no Solar Foto Festival 

“Os Cravos e a Rocha” (2016) de Luísa Sequeira  inserido no programa Cinema da revoluçãoPrograma que aborda revoluções históricas e contemporâneas, como a Revolução dos Cravos, a ditadura no Brasil, as lutas na África, a ancestralidade e as lutas indígenas.Filmes que denunciam opressões e afirmam o cinema como forma de resistência e luta.

Exibição do filme “O que podem as Palavras”(2022) de Luísa Sequeira e Luísa Marinho 

E participação especial na performance “Tapete Vermelho” do artista Tales Frey 

Luísa Sequeira em participação na performance “Tapete Vermelho” do artista Tales Frey exposição Vermelho Vivo  no Museu da Imagem e do Som do Ceará inserido no Solar Foto Festival 

Luísa Sequeira convidada confirmada na exposição Vermelho Vivo no Museu do Som e da imagem do Ceará inserido na 3ª edição do fotofestival SOLAR

Repost @solarfotofestival 🔥Convidada confirmada

Conheça Luísa Sequeira, cineasta portuguesa, artista visual e curadora de cinema que integrará a programação da terceira edição do fotofestival SOLAR.

Luísa Sequeira artista convidada confirmada na exposição Vermelho Vivo no Museu do Som e da imagem do inserido no fotofestival SOLAR

Luísa Sequeira é doutora em Arte e transita em diferentes plataformas, explorando as fronteiras entre o digital e o analógico. Trabalha com colagem, arquivo e cinema expandido. Entre os seus trabalhos destacam-se: “Rosas de Maio”, “Que Podem as Palavras, “A Luz da Estrela Morta”, “Quem é Bárbara Virgínia?”, “Os Cravos e a Rocha” “Limite” e “All Women Are Maria”.

A artista é cofundadora, com o artista Sama, da Oficina Imperfeita. Exibiu o seu trabalho em diferentes espaços: Bienal Kaunas, Bienal de Cerveira, Parque Lage, Masc Foundation em Viena, Mostra de São Paulo, IFF Roterdão, DocLisboa, Cinema Museum em Londres, New Bedford Whaling Museum, Universidade de Oxford e o Centro Audiovisual Simone de Beauvoir.

O SOLAR é realizado em parceria com a Secretaria da Cultura do Ceará e o Instituto Mirante de Cultura e Arte. Curadoria de Ângela Berlinde.

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“O Que Podem as Palavras” no Museo de Arte Contemporánea de Vigo

A Cátedra Internacional José Saramago e o grupo de investigação BiFeGa da Universidade de Vigo organizam o ciclo de cinema “Mulheres (d)e Abril — as Realizadoras e a Revolução”, que promove uma reflexão sobre o passado colonial e o processo revolucionário em Portugal, homenageando as cineastas que retratam o tema com uma visão única.

Hoje vai ser exibido  “O Que Podem as Palavras” (2022), de Luísa Sequeira e Luísa Marinho numa sessão moderada por Joana Meirim, docente do Departamento de Estudos Portugueses da Universidade Nova de Lisboa e investigadora do Instituto de Estudos de Literatura e Tradição (IELT).

📍 MARCO, Museo de Arte Contemporánea de Vigo

 “O Que Podem as Palavras” (2022), de Luísa Sequeira e Luísa Marinho exibição em Vigo

“O Que Podem as Palavras” exhibition in Berlin

Foi incrível exibir “O Que Podem as Palavras” de Luísa Sequeira e Luísa Marinho no Moviemento Kino, uma das salas de cinema mais antigas de Berlim. Sala cheia e uma discussão muito interessante em torno do filme e do livro Novas Cartas Portuguesas numa sessão integrada nos  Dias do Cinema Português em Berlim.

It was incredible to screen “O Que Podem as Palavras”  at Moviemento Kino, one of the oldest cinemas in Berlin. A full house and a very engaging discussion around the film and the book Novas Cartas Portuguesas at Portuguese Cinema Days in Berlin

CINEMA * REVOLUÇÕES * FUTURO/DEVIR Luísa Sequeira e Sama

CINEMA — FUTURO/DEVIR — REVOLUÇÃO/ Luísa Sequeira e Sama

No mês de outubro o Cineclube do Porto propõe, numa parceria com o Museu do Porto, um Curso Breve , na Biblioteca Almeida Garrett, onde partindo da celebração dos 50 anos do 25 de Abril reflete-se sobre o contributo revolucionário do cinema na nossa sociedade.Pretende-se abordar a função interventiva do cinema (também ele amador) no processo revolucionário português enquanto ferramenta de manifestação social e política, bem como a sua importância na preservação/construção de uma memória histórica através da digitalização e restauro dos filmes de revolução. Aborda-se também o cinema português e as suas revoluções no contexto das movimentações artísticas que lhe são contemporâneas refletindo acerca dos novos desafios do cinema no contexto atual das transformações tecnológicas e sociais.

PROGRAMA

SEG 7 OUT, 18H
CINEMA — REVOLUÇÃO
O papel interventivo desempenhado pelo cinema, sobretudo o documental, no processo revolucionário português.

SEG 14 OUT, 18H
CINEMA — MEMÓRIA — REVOLUÇÃO
O processo digital e de restauro dos filmes da revolução. A construção/criação de um cinema de memória.

SEG 21 OUT, 18H
CINEMA — ARTE — REVOLUÇÕES
O cinema português e as suas revoluções, antes e depois do 25 de Abril, no contexto das movimentações artísticas que lhe são contemporâneas.

SEG 28 OUT, 18H
CINEMA — FUTURO/DEVIR — REVOLUÇÃO/ Luísa Sequeira e Sama
Os novos/velhos desafios do cinema, dos seus múltiplos devires.

Orientado por José Alberto Pinto e Marta Reis
Com Amarante Abramovici, Manuel Mozos, Fernando José Pereira, Luísa Sequeira e Sama