Apresentação do livro com participação da Tinta-da-China, Rita Rato e Luísa Sequeira.
AS «NOVAS CARTAS PORTUGUESAS» E A LUTA DAS MULHERES CONTRA A DITADURA
Foi comovente participar da apresentação de “Mulheres e Resistência”, livro que materializa parte da exposição organizada pela Rita Rato e pela Joana Alves no museu do Aljube em 2021. Esta publicação conta com vários excertos de depoimentos de mulheres que fizeram parte da luta revolucionária a vários níveis, mas que ficaram invizibilizadas, entre elas, destaco o depoimento da Faustina Barradas na sessão de apresentação. Faustina nasceu no campo, desde pequena fez parte da luta contra o regime fascista, levando jornais proibidos e mensagens cifradas no seu avental. Mãe de três filhas, viveu na clandestinidade durante vários anos até ao 25 de abril. Uma das resistentes mulheres que fazem parte deste livro e da revolução.
O livro Novas Cartas Portuguesas foi publicado há mais de 50 anos, em 1972. Três dias depois do lançamento, a primeira edição foi recolhida e destruída pela censura, dando origem ao processo das «Três Marias» e a uma muito significativa vitória literária e política.
A partir dessa obra singular de Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa, a exposição Mulheres e Resistência — «Novas Cartas Portuguesas» e outras lutas, no Museu do Aljube Resistência e Liberdade, revisitou a actualidade da luta das mulheres e o contributo daquelas que, com origens e percursos diferentes, inventaram e concretizaram batalhas pelos seus direitos, pela justiça social e pela liberdade, desde os anos 1930 até ao 25 de Abril de 1974. Todos estes processos destacam o papel insubstituível das mulheres ao longo dos 48 anos de resistência ao fascismo e a sua importância na conquista da democracia.
O livro que daí resulta guarda e prolonga, com novos elementos, o registo desta homenagem a todas as mulheres que lutaram.
Inclui textos originais de Djaimilia Pereira de Almeida e Maria do Rosário
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