Curadoria do ciclo A POESIA AINDA ESTÁ NA RUA ? Ciclo de cinema e médias emergentes, no âmbito do Ano zero Bienal de Coimbra, curadoria de Luísa Sequeira.
A poesia ainda está na rua? Partimos da frase da escritora Sophia de Mello Breyner, materializada em 1974 pela artista Maria Helena Vieira da Silva, para lançar uma reflexão. A poesia ainda habita as ruas?
Este Ciclo de Cinema e Médias Emergentes no Círculo Sereia, comissionado por Luísa Sequeira, cineasta portuguesa, é permeado pelo tema do exílio e da transgressão, evocando o cinema como arte espectral que nos leva a lugares imaginários e a espaços de memória em trânsito. Um cinema que não se deixa levar pela nostalgia, mas que mantém uma fissura aberta para o futuro. Além dos filmes, iremos apresentar duas performances, refletindo nas práticas poéticas do cinema e dos media emergentes em tempo real.
Todas as exibições e performances serão ativadas pelo
Programa Educativo do CAPC/Anozero’24 junto aos participantes. Por tanto, este ciclo tem uma componente educativa, de formação, de fruição com o público, de preparação para o Anozero’24-Bienal de Coimbra. Todas as atividades são gratuitas e sujeitas a lotação.
Luísa Sequeira (comissionada)
Filmes e performances:
- Ana Hatherly
- José Elyseu
- Luísa Marinho
- Luísa Sequeira
- Sama
Intervenções Samânicas
Sama
Duração: 25 minutos
Performance com o artista Sama (desenhos ao vivo com projeções). Numa ação artística, Sama estabelece um diálogo performativo com frames, áudios e excertos de filmes sobre a Liberdade, desenhando ao vivo numa mesa digitalizadora ou projetor analógico.
[CON] VERSAR
Ação educativa de mediação entre artista e público
Arte Contemporânea e painel do 25 de abril (1974)
Documentário
Realizador José Elyseu.
Duração: 32’37”
Este programa cultural dedicado às artes plásticas, aborda a necessidade de criar um museu de arte contemporânea em Portugal com uma entrevista com José Augusto França, historiador e crítico de arte. A segunda parte do programa apresenta uma montagem de imagens da criação do painel comemorativo do 25 de abril. Esta iniciativa foi promovida pelo Movimento Democrático dos Artistas Plásticos na Galeria de Arte Moderna de Belém, no qual um coletivo de 48 artistas se reuniram para pintar, simultaneamente e ao vivo, um painel monumental em homenagem ao 25 de Abril de 1974. A obra, mesmo sendo coletiva, era composta por quarenta e oito quadros, sendo cada um deles creditado a um artista distinto. Participaram artistas como, Emília Nadal, Júlio Pomar, João Abel Manta, Manuel Pires, Nikias Skapinakis, Menez, Vespeira, Costa Pinheiro, Teresa Dias Coelho e Teresa Magalhães. As celebrações foram transmitidas ao vivo pela RTP, mas a transmissão foi interrompida por ordem do MFA e do I Governo Provisório. Isso ocorreu durante uma sátira realizada pelo Teatro da Comuna, que criticava os dirigentes do regime anterior, marcando assim o primeiro ato de censura após o 25 de Abril. Para além da transmissão em direto na RTP, a pintura do painel foi registada por Manuel Costa e Silva, diretor de fotografia, e por Manuel Pires, um dos 48 artistas que também captou o processo de criação do mural. Infelizmente, o mural acabou por desaparecer em um incêndio em 1981.